Novas opções na terapêutica anticoagulante apresentadas no Congresso da ISTH 2017

Lisboa, 14 de julho 2017 – A introdução dos novos anticoagulantes orais não-antagonistas da vitamina K (NOACs) no âmbito da terapêutica anticoagulante representou um grande avanço nos últimos anos. Com uma eficácia pelo menos comparável aos antagonistas da vitamina K (AVKs), e com um perfil de segurança e comodidade superiores, os NOACs são atualmente utilizados em alternativa aos AVKs em várias indicações. Ainda restam algumas indicações para as quais o uso dos NOACs se assume como vantajoso em relação aos AVKs, embora até ao momento não existam dados de evidência científica que comprovem o seu benefício. É o caso da utilização dos NOACs em doentes com tromboembolismo venoso (TEV) associado ao cancro.

No entanto, esta lacuna de conhecimento será preenchida em breve com os resultados do estudo Hokusai VTE-Cancer, que avalia o tratamento com LIXIANA® (edoxabano), um inibidor do fator Xa, de toma oral, uma vez por dia, desenvolvido pela Daiichi Sankyo, em doentes com TEV associado à doença oncológica.

De acordo com os peritos, os resultados do Hokusai VTE-Cancer, que serão apresentados no final do ano, poderão representar atualizações nas guidelines internacionais para o tratamento destes doentes. O papel do edoxabano em doentes com TEV associado ao cancro foi debatido num simpósio satélite sob a presidência do Prof. Doutor Jeffrey I. Weitz, professor de Medicina e Bioquímia, da McMaster University, e diretor-executivo do Thrombosis & Atherosclerosis Research Institute, Hamilton, Ontario, no Canadá, durante o Congresso da International Society on Thrombosis and Haemostasis - ISTH 2017*.

O TEV associado à doença oncológica representa cerca de 20% dos casos de TEV. A abordagem do TEV em doentes com cancro não deve interferir com a terapêutica para o tratamento do cancro e deve ter mínimo impacto na qualidade de vida dos doentes, já comprometida pela doença oncológica. As guidelines (ACCP, ASCO, ESMO) recomendam o tratamento com heparinas de baixo peso molecular (HBPM) para o tratamento inicial e a longo prazo1. “Os NOACs poderão constituir uma boa alternativa para estes doentes”, afirmou o Prof. Doutor Gary E. Raskob, do College of Public Health, e professor regente de Epidemiologia e Medicina da University of Oklahoma Health Sciences Center, em Oklahoma, nos EUA.

Os resultados da análise de subgrupo de doentes com cancro no estudo Hokusai-VTE2 demonstrou que o tratamento com edoxabano é eficaz e causa menos eventos hemorrágicos clinicamente relevantes do que varfarina nesse grupo de doentes. Mas, até agora, os NOACs não foram comparados com HBPM, o tratamento padrão recomendado para estes doentes. Preencher esta lacuna no conhecimento requer ensaios clínicos controlados e aleatorizados suficientemente sólidos, que avaliem a eficácia e a segurança da utilização dos NOACs versus HBPM em doentes com TEV associado à doença oncológica, analisando o risco/benefício relativos ao tratamento continuado com anticoagulantes durante mais de 6 meses.

TEV associado à doença oncológica: Estudo Hokusai VTE-Cancer

O estudo Hokusai VTE-Cancer foi iniciado para avaliar se o tratamento inicial com HBPM seguido da administração de edoxabano é não-inferior às HBPM (dalteparina) na prevenção combinada de dois objetivos primários: TEV recorrente ou hemorragia major em doentes com TEV e cancro, durante um período de 12 meses3.  Estas duas complicações ocorrem frequentemente em doentes com cancro que recebem tratamento anticoagulante e afetam significativamente o prognóstico e a qualidade de vida. Esta avaliação superior a seis meses irá preencher a lacuna atual na base de evidências para o tratamento a longo prazo desses doentes, disse o Prof. Doutor Gary E. Raskob.

Tendo em conta o facto de que o risco de TEV recorrente em doentes com cancro é similar ao risco dos que têm um histórico de cancro, o estudo Hokusai VTE-Cancer envolveu doentes cujo cancro tinha sido diagnosticado nos últimos dois anos. Além disso, os doentes com TEV incidental foram elegíveis para o estudo uma vez que o risco destes doentes de um episódio de TEV recorrente é equiparável ao risco dos doentes com doença sintomática. Os resultados do estudo Hokusai VTE-Cancer serão divulgados até ao final do ano e, de acordo com os peritos, podem alterar as guidelines de tratamento destes doentes.

Tromboemboslimo Venoso: o ponto alto do Hokusai

No geral, muitos estudos sobre o tratamento do TEV defendem a eficácia e segurança da utilização de NOACs em doentes com TEV4. Relativamente ao edoxabano, o estudo Hokusai VTE demonstrou uma eficácia equiparável e uma segurança superior em comparação com a terapêutica padrão2. O Prof. Doutor Harry R. Büller, professor de Medicina Interna no Academic Medical Center, em Amesterdão, Holanda, sintetizou principais resultados. O estudo Hokusai VTE envolveu 8,292 doentes com TEV agudo, que inicialmente receberam heparinas, e começaram a utilizar edoxabano na dose de 60 mg uma vez ao dia, ou 30 mg uma vez ao dia (i.e., no caso dos doentes com clearance de creatinina entre 30 a 50 ml por minuto ou peso corporal abaixo de 60 kg), ou doentes que começaram a utilizar varfarina. Os doentes receberam o tratamento definido entre 3 a 12 meses. O objetivo primário de eficácia foi o TEV sintomático recorrente. O objetivo primário de segurança foi a hemorragia major ou a hemorragia não-major clinicamente relevante. Edoxabano demonstrou não-inferioridade em relação à terapêutica padrão de excelência, e o número de hemorragias foi significativamente menor num vasto grupo de doentes com TEV, incluindo os doentes com embolia pulmonar grave2.

Tal como o Prof. Doutor Harry R. Büller salientou, foram realizadas várias análises de subgrupo no estudo Hokusai VTE. O especialista sumarizou os resultados de uma análise de subgrupo envolvendo 1,109 doentes aleatórios do leste asiático no estudo Hokusai VTE. O tratamento com edoxabano mostrou eficácia favorável e uma redução de eventos hemorrágicos quando comparado com a terapêutica padrão5. Noutra análise de subgrupo verificou-se que, mesmo com a redução de dose (30 mg), edoxabano manteve a eficácia e, mais uma vez, reduziu eventos hemorrágicos comparativamente à terapêutica padrão6. Além disso, novos dados mostram que a eficácia/segurança de edoxabano não é afetada por comorbilidades ou interações medicamentosas, disse o Prof. Doutor Harry R. Büller.

Fibrilhação auricular: abraçar uma nova opção

Na fibrilhação auricular (FA), os NOACs substituíram os AVKs enquanto terapêutica anticoagulante preferencial e recomendada. Edoxabano é o único NOAC que demonstrou redução significativa da mortalidade cardiovascular durante o ensaio clínico de fase III1: no estudo ENGAGE-AF-TIMI 48 (Effetive aNticoaGulation with Factor XA Next GEnaration in Atrial Fibrillation) verificou-se uma diminuição da mortalidade cardiovascular, 2.74% em doentes tratados com edoxabano comparativamente a 3.17% quando tratados com varfarina (p=0.013). Em toda a população estudada, o perfil de segurança de edoxabano foi vantajoso em relação ao tratamento com varfarina7, resultado que se mostrou consistente mesmo em análises com subgrupos de doentes de alto risco. Por exemplo, edoxabano demonstrou um benefício clínico mais elevado do que a varfarina no subgrupo de doentes idosos (≥ 75 anos), que geralmente têm um risco acrescido de AVC e de eventos hemorrágicos8. De acordo com o Prof. Doutor Peter Verhamme, professor associado do Departamento de Ciências Cardiovasculares da University Hospitals Leuven, na Bélgica, edoxabano combina a segurança e a comodidade da toma única diária de uma forma especial, no sentido de garantir a efetividade do tratamento tanto para o médico como para o doente.

Um aspeto importante, que simplifica o tratamento com edoxabano na prática clínica, diz respeito aos critérios clínicos bem definidos para a redução da dose standard, de 60 mg de edoxabano uma vez ao dia, para 30 mg: insuficiência renal moderada ou grave (CrCL 15-50 ml/min), baixo peso corporal (≤60 kg) ou uso concomitante de inibidores potentes da gp-P (dronedarona, eritromicina, cetoconazol, ciclosporina). Como conclui o especialista, “a redução da dose preservou a eficácia do edoxabano versus varfarina e melhorou o perfil de segurança”.

* “Engaging in New Options for Anticoagulation Therapy” foi o simpósio satélite que decorreu durante o ISTH 2017, em Berlim, Alemanha. 

 Sobre a Daiichi Sankyo

O Grupo Daiichi Sankyo dedica-se à criação e disponibilização de produtos farmacêuticos inovadores para a abordagem de diversas necessidades não atendidas de doentes, tanto nos mercados já estabelecidos, como nos emergentes. Com mais de 100 anos de experiência clínica e presente em mais de 20 países, a Daiichi Sankyo e os seus 16 000 colaboradores espalhados por todo o mundo, desenharam sobre um rico legado de inovação e de um robusto pipeline de novos e promissores medicamentos para ajudar as pessoas. A somar a um forte portfolio de medicamentos para a hipertensão e para alterações trombóticas, da Visão 2025 do Grupo, faz parte a ambição de se tornar numa “Farmacêutica Global Inovadora com Vantagem Competitiva em Oncologia”. Neste sentido, o departamento de Investigação e Desenvolvimento Da Daiichi Sankyo está, antes de mais, focado em trazer quarto novos tratamentos oncológicos, incluindo na área da imuno-oncologia, com um enfoque adicional em novas áreas, como o tratamento da dor, as doenças neurodegenerativas e outras doenças. Para mais informação, por favor visite: www.daiichi-sankyo.pt  e http://pressportal.lixiana.com/

Contactos

Patrícia Rebelo

RXconsulting

Communication Consultant

patriciarebelo@rxconsulting.pt

 

Rita Vilela

Daiichi Sankyo Portugal

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Rita.Vilela@daiichi-sankyo.pt

 

Gema Villarrubia

Daiichi Sankyo Iberia

Marketing & Iberia Product Communication Manager

Gema.Villarrubia@daiichi-sankyo.es

 

Referências:

  1. Kearon C et al. Chest 2016; 149: 315–52

  2. Büller HR et al. N Engl J Med 2013; 369: 1406–15

  3. van Es et al. J Thromb Haemost 2015; 114: 1268–76

  4. Raskob GE et al. J Thromb Haemost 2013; 11: 1287–94

  5. Nakamura M et al. J Thromb Haemost 2015; 13: 1606–14

  6. Verhamme P et al. J Thromb Haemost 2016; 116: 747–53

  7. Giugliano RP et al. N Engl J Med 2013; 369: 2093–104

  8. Kato ET et al. J Am Heart Assoc 2016; 5: e003432

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